domingo, 6 de maio de 2012

Contos de uma Bubleliana – Impacto


Autor(a)Vivian Neves [Orkut]
Gênero: Romance.
Classificação: PG, 10 anos.
Sinopse ou Teaser: Logo senti ele me envolver com seu sobretudo e pude ver que ele vestia um traje social, me senti confortada com a malha do casaco, seus braços envolveram meu ombro e ele me puxou para si. Senti o cheiro de sua colônia e em dentro de mim crescia uma enorme vontade de afundar o rosto ali e me deixar morrer, me sentia tão protegida, como se tudo aquilo não tivesse acontecido.
Restrição e/ou Observação: Uma escritora ocupada, com muitas idéias em mente gritando para serem libertadas, um amor quase doentio por um ídolo e sua vontade de estar com ele e viver um grande romance. Já que não podemos viver a realidade, que seja a fantasia.  Foi me baseando em tudo isso, que surgiu contos de Bubleliana. 
Michael Bublé – Hold On  



Contos de uma Bubleliana – Impacto


Existia uma parte que mim que tinha morrido naquele exato momento,  eu caminhava a passos lentos e arrastados, o coração batendo de modo tão doloroso que chegava a ser difícil de respirar, meus olhos ardiam pelas lagrimas e eu mantinha os braços em volta de mim com firmeza, com medo que eles se soltassem e eu me sentisse mais perdida que já estava. Mesmo tendo caminhado quase uma quadra inteira eu continuava ouvindo o som estridente da música da mansão e isso só me provocava raiva e arrepios.

Meu corpo todo tremia de medo e eu sentia meu corpo todo doer, já caminhava aos tropeços, meus olhos circundavam os lados e atrás de mim com medo de ter sido seguida. Foi difícil levantar daquela cama e fugir depois do ocorrido, mas eu me sentia tão patética, humilhada, suja que nada importava. Desci as escadas e toda aquela gente que se dizia meus amigos, continuavam ali, dançando sem se importar com meu estado deplorável.
Toquei meus cabelos rapidamente  os sentindo desgrenhados e um soluço escapou da minha garganta, tudo ainda estava confuso.
Não queria relembrar o que tinha acontecido naquele quarto,  mas a imagem de Luck e Fred entrando ao mesmo tempo enquanto Pat me segurava pelos braços estão tão presentes como se tudo voltasse a tona,  dobrei a rua tossindo sufocada pelas lagrimas.
Não sei bem quanto caminhei, mas caminhei bastante. Tudo estava escuro, não havia ninguém na rua e tinha plena consciência do perigo que estava correndo ainda mais no estado que estava.
Puxei a blusa rasgada tentando tapar o que podia e continuei caminhando.
Entrei na avenida principal. Estava tudo tão claro. Todas os estabelecimentos fechados.
Suspirei continuando minha caminhada, mas fui interrompida pela imagem de um carro vindo em minha direção.
Parei, meus olhos se arregalando, o suor escorrendo pela tensão.
Me encostei na parede tentando me esconder, o carro vinha numa velocidade lenta, lenta o suficiente para o cara me ver.
Os vidros estavam fechados, se tivesse sorte, o motorista passaria por mim despercebido.
Meu corpo se colou ainda mais a parede enquanto via o carro se aproximar de onde estava, meu coração dava saltos, as lagrimas pulavam dos meus olhos de uma maneira descontrolada – medo, pavor – duas combinações que me deixavam zonza, sentia todo meu corpo amolecer e fiquei rezando para que ele não parasse.
Mas ele parou. Fiquei estática, tentando encontrar forças para fugir.
A porta do Land Rover se abriu e um homem vestindo um sobretudo preto saiu dele, ele se virou para mim e meus olhos se fixaram rapidamente nos olhos esverdeados dele. Seu rosto era bonito,  como se tivesse sido esculpido para ser admirado,  seus traços eram bem maduros, mas os olhos que pareciam duas esmeraldas brilhavam para mim. os cabelos eram loiros, penteados em um penteado moderno, o sobretudo o deixava mais alto e imponente.
Era o homem mais lindo que tinha visto em minha vida.
Continuei o olhando enquanto ele se aproximava cauteloso, havia preocupação em seus olhos e eu senti vontade de gritar pedindo ajuda, que ele me levasse daquele lugar, que tirasse aquela tristeza,  que me livrasse da dor. Mas não conseguia pronunciar nenhuma palavra, apenas as lagrimas foram aparecendo, grossas, longas, dolorosas, fechei meus olhos estremecendo.
- Ei, você está bem? – perguntou o estranho, sua voz era tão hipnotizante quanto seus olhos. – Meu Deus, olhe para você. O que aconteceu? Onde estão seus pais?
Suspirei frustrada, por que em todos os casos de perigo que um adolescente passa a segunda pergunta envolve pais? – meus pais estavam muito longe daqui nesse momento, eles prometeram me levar para o Havaí com eles, mas quando acordei só havia um bilhete de desculpas que nem li, estava tão furiosa que o rasguei em pedaçinhos, como se matasse todos meus sentimentos por eles – algo impossível.
- Calma – disse ele estendendo as mãos como se qual quer movimento meu pudesse me fazer fugir. – Eu não vou machucar você, eu juro.
Eu olhei fundo para os olhos verdes, meus braços envolvendo-me de novo em proteção. Não entendia esse sentimento, mas eu confiava nele, confiava em suas palavras, mas depois do ocorrido de hoje já ficava em dúvida sobre os sentimentos alheios, de pessoas que possam querer ajudar sem pedir algo em troca.
- Por favor não me machuque. Eu estou com medo!
E lá estava eu chorando em plenos pulmões, passei as mãos ainda tremulas no rosto e funguei.
Queria sair dali, estava com frio, fome, raiva. Precisava de um banho, precisava tirar de mim toda aquela sujeira, tirar todas as marcas e indícios do ocorrido, queria ir embora para sempre daquele lugar.
- Eu sei – disse ele num tom calmo – Olha, meu nome é Michael! Michael Collins – ele estendeu sua carteira de motorista em frente ao meu rosto – Sou empresário e estava vindo agora de um jantar de negócios. Eu posso ajudar você, posso entrar em contato com algum familiar.
- Não, não por favor. Agora não, eu só quero sair daqui.
- Tudo bem. Tudo bem... – ouve uma pausa de silencio. Ele estava pensando. Eu dei um passo pro lado e ele ficou em alerta – eu vou ajudar você, pode confiar em mim.  Juro por tudo que não irei fazê-la mal.
Eu apenas afirmei com a cabeça.
Logo senti ele me envolver com seu sobretudo e pude ver que ele vestia um traje social, me senti confortada com a malha do casaco, seus braços envolveram meu ombro e ele me puxou para si. Senti o cheiro de sua colônia e em dentro de mim crescia uma enorme vontade de afundar o rosto ali e me deixar morrer, me sentia tão protegida, como se tudo aquilo não tivesse acontecido.
Ele me ajudou a entrar no carro e o frio tinha passado. Ele entrou, se virou para mim e ajustou o banco o deitando um pouco para trás,  todo meu corpo implorava por descanso e o banco do carro era confortável, ele colocou o cinto em mim e eu não conseguia parar de olhá-lo, de admira-lo, principalmente seus olhos.
Logo ele deu partida. Me senti aliviada em saber que o perigo tinha passado.
 Fechei os olhos.

***
- Menina. Chegamos.
Eu abri os olhos de vagar, tinha adormecido. Quando tomei consciência de tudo me levantei assustada, meus olhos rondavam envolta, não estava mais no carro e sim em uma enorme sala.
Estava deitada sobre um sofá preto,  me sentei e senti minha cabeça latejar, passei a mão nos cabelos consciente de seu olhar sobre mim.
- Estamos na minha casa. Não se preocupe, tudo vai estar bem depois que você tomar um banho e comer alguma coisa. Você precisa descansar, esfriar a cabeça e amanhã você irá me contar tudo, pode ser?
Eu afirmei com a cabeça. Aquele lugar não me dava medo, eu me sentia protegida e confortada principalmente por estar ao lado dele.
- Pode demorar o quanto quiser no banho.
Eu não disse nada. Me levantei um tanto cambaleante e senti suas mãos segurarem meus braços me guiando. Estava ficando perturbada e confusa, não pelo ocorrido mas sim pela aproximação dele, tinha consciência que ele era bem mais velho do que eu, mas não lhe dava mais que trinta e cinco. Agora ele estava somente com o colete por cima da blusa social,  e sua beleza era intrigante, respirei fundo tentando me livrar daqueles pensamentos, a adrenalina estava me deixando pilhada!
Enquanto estava na banheira, eu repensava em tudo que passou, em quem eu era e em quem eu havia me tornado. Meu nome: Sharon Lorráz, idade: dezessete anos, ocupação: estudante. 
Minha mãe tem uma agencia de turismo e meu pai é advogado, tenho um irmão. Estudo em uma escola de renome e daquela escola eu era a rainha da cocada preta ou seja a popular.
 E o que me faz de tudo isso? Um nada.
Simplesmente um nada.
 Vi que para aquelas pessoas que agora estavam curtindo o resto da noite a meio de álcool e drogas eu não sou nada, não tenho valor e eu tenho que os culpar disso? Eu tenho que culpar aqueles três idiotas? Eu tenho que culpar por eles serem tão mesquinhos? Não, eu não posso já que eu dei a liberdade daquilo tudo, eu que quis entrar naquele meio pensando que era o melhor para mim.
Tudo ia e vinha muito fácil. Sempre teria alguém para realizar meus desejos, sempre teria alguém para me chamar na sexta a noite para curtir uma balada e pegar um cineminha no domingo. Sempre teria alguém desejando ser eu.
Estava no último ano do colégio e com certeza iria repetir, já que eu não vou mais as aulas a séculos, já que era influenciada pelos meus amigos a ficar atrás da escola ‘’ conversando’’.
Quem eu estava tentando enganar? Eu realmente podia me considerar um orgulho a alguém? Ou a mim mesma?
Depois dessa pequena conclusão eu me senti um lixo.
Sai da banheira e me enrolei na toalha felpuda, vesti um pijama feminino – calça e blusa de mangas cumpridas de cor cinza – coube perfeitamente, vendo aquelas roupas que estavam organizadas de modo irritante no closet deduzi que ele tinha uma filha.
Fiquei parada em frente a porta sem saber o que fazer ou para onde ir? Se descia e ia atrás de Michael ou ia para a cama. Meu corpo gritava por descanso.
Fui para a cama.
Deixei apenas a luz do abajur.
Me enrolei até aonde pude. Fiquei fitando o teto.
A porta se abre e eu estremeço, só por precaução, eu ainda não conhecia aquele homem, não sabia se ele mentia ou não sobre não me fazer mal.
Ele se aproximou e sentou ao meu lado na cama, me afastei um pouco, o edredom me tapando até o pescoço, do jeito que ele me olhava meus olhos com certeza estavam saltados em medo.
- Você não quer comer alguma coisa? – perguntou. Neguei com a cabeça.  Ele respirou fundo – seja o que for que fizeram com você, nunca mais irá acontecer, lhe dou minha palavra...
- Sharon – disse, meu nome saiu de uma forma mecânica, mais num sussurro. Na penumbra ele ficava mais bonito. Me remexi impaciente, mas era impossível não olhá-lo sobre outros olhos. – Meu nome é Sharon.
- Lindo nome, Sharon – disse ele tocando meu rosto, fechei os olhos sentindo seus dedos deslizarem pelo meu rosto, suspirei querendo mais. Sua mão se afastou e eu abri os olhos – Não se preocupe, estará segura agora.
- Obrigada. – eu disse me encolhendo, ele sorriu. Um sorriso que iluminou tudo em minha volta e eu tive a certeza que ali eu estaria bem.
- Durma, amanhã resolveremos tudo. Não pense em nada. apenas durma.
Ele tocou meu rostomais uma vez e meus olhos se fecharam querendo memorizar cada pedaçinho daquela pequena caricia, senti que ele tirava uma mexa de cabelo do meu rosto e então ele ajeitou melhor o edredom sobre meu corpo. Me virei de lado e ele beijou minha testa sussurrando algo que não tinha entendido, já que estava sendo levada pela exaustão.
Meus olhos foram se fechando e só ouvi sua voz me dizendo:
- Boa noite menina.
Tal vez fosse loucura minha, mas eu senti que Michael iria entrar em minha vida para sempre.


PS:

Duas horas depois, Michael retornará ao quarto de Sharon e velou seu sono durante toda a noite. Havia algo naqueles olhos chocolates que o prendeu, que o fez salva-la de qual quer perigo que estivesse, se fosse outra pessoa, ele não iria ligar, passaria reto e seguiria sua vida. Mas ver aquela garota, colada a parede com o rosto transtornado de medo lhe chamou atenção e quando fitou seus olhos chocolates ele viu que não podia deixá-la ali, sozinha, sem saber para onde ir.
Enquanto olhava para seu rosto sereno, ele a desejou, era loucura sabia. Mas ele não podia negar que Sharon tinha sido feita para ele.
Se era o certo ou não, só o tempo poderia dizer.

Fim.


Bom, realmente suas dicas foram muito boas e me ajudaram muito e irão me ajudar, cortei, tirei, coloquei palavras e acho que agora realmente ficou bom e com sentido. Muito obrigada pela oportunidade e prometo divulgar muito o site e quem sabe escrever mais para o Blog! - Vivian

 Fico super feliz em saber que consegui te ajudar e muito obrigada por estar nos ajudando também! E não se esqueça, escreva por você, não apenas para que os outros leiam.




4 comentários:

Derek Matthews disse...

Super bonita essa história *---* Adorei :)

Anônimo disse...

Acho que a Vivian tem um ótimo futuro na escrita. E ela nem queria me mostrar o texto!

Rocco Contestti disse...

Nossa, adorei. Gosto muito de histórias que não tem fatos nem fim definidos, que nós leitores temos que imaginar qualquer situação. Espero ler mais dessa garota. Parabéns pela criatividade e pela escrita. :D

Anônimo disse...

MUITO BOM ,SESACIONAL , ACHEI UMA ISTÓRIA COM BASTANTE CENTIMENTOS,E UM FINAL ABERTO QUE DEVERIA TER UMA CONTINUIDADE.
PARABÉNS ÉS UMA VERDADEIRA ESCRITORA ,QUEREMOS MAIS!!!

 

Escrevendo Mundos de Tinta © 2008 . Design By: SkinCorner